SET Nordeste 2023: Uso de IA na Produção de Conteúdo

SET Nordeste 2023: Uso de IA na Produção de Conteúdo

O último painel da manhã do SET Nordeste, que se realiza em Recife, capital de Pernambuco, analisou o “Uso de IA na Produção de Conteúdo”.

Moderado por Eduardo Menezes, Editor Chefe de Arte da Globo Recife, e com a participação de Clecio Roberto Vieira da Silva, Especialista de Produto e Pré Vendas, Canon Brasil, e Felipe Rodrigues, Especialista pré-vendas, Sony Professional Brasil, analisou tecnologias de Inteligência Artificial. O painel começou coma palavra de Eduardo Menezes, Editor Chefe de Arte da Globo Recife, que moderou o painel e disse que a empresa trabalha com “muito cuidado sobre o tema”

Clecio Vieira da Silva, da Canon Brasil, disse que, para colocar Machine Learning nos equipamentos, há que entender a tecnologia, e como os sensores trabalham com “paralaxe” que processam a imagem. Assim, ele avançou para as vantagens do uso do sistema de focagem automática inteligente das mais recentes câmaras Mirrorless EOS R System da Canon.

Segundo ele, o paralaxe ajuda o dispositivo a “ter informações da luz que vêm de dois locais diferentes (e forma duas imagens de paralaxe ligeiramente diferentes). O sistema AF usa essas informações de paralaxe para fazer cálculos e ajustar os elementos de foco da lente para obter foco”.

Ele disse, ainda, que “o sistema de focagem automática inteligente das câmaras do Sistema EOS R é capaz de reconhecer cabeças mesmo com o rosto do “sujeito” afastado da câmara”, e que “a detecção de rosto funciona sem a necessidade de contato visual, e o usuário pode alternar facilmente entre diferentes rostos no enquadramento”.

Outra das soluções demonstradas foi o Autotracking RA-AT001, que utiliza o conceito de Face Tracking & Detection, que é o rastreamento automático que permite que a câmera rastreie automaticamente pessoas especificadas durante apresentações comerciais, palestras e outros eventos. O aplicativo é instalado diretamente na câmera, eliminando a necessidade de um computador para operar o software.

Finalmente, falou de tecnologia de Processamento de Imagem de Deep Learning, e disse que a Canon estabeleceu uma tecnologia proprietária de processamento de imagens de Deep Learning que permite correções para questões inerentes à fotografia, trabalhando com uma ferramenta de processamento de imagens de Rede Neural que melhora, entre outras coisas, a qualidade da borda e redução de ruído, além de reduzir de cores falsas. Melhora também a redução de moiré e de irregularidades, além de melhor a resolução.

Em seguida, Felipe Rodrigues, da Sony Professional Brasil, disse que o mercado se adapta e a Inteligência Artificial é utilizada para otimizar processos, além de gerar realocações de profissionais. Ele disse que uso de IA pode estar embarcado ou na nuvem, e que as câmeras PTZ, por exemplo, já trabalham com automatização e autofoco, mas que aos poucos está chegando a câmeras de estúdio. Ele mostrou o aplicação de autofoco no Live Tab, “que melhoraram muito, graças a estes sistemas estarem embarcados diretamente no sensor da câmera”.

Outro dos exemplos é o AI PTZ Auto Framing, que “entrega análise de vídeo com tecnologia embarcada dentro do sensor, que permite otimizar a solução. No IBC lançamos a câmera de cinema, Burano, que utiliza IA para permitir que apenas uma pessoa utilize a câmera e aproveite todas as suas funcionalidades”. Finalmente, foi apresentada a solução A2P – Automated Production –  que automatiza algumas funcionalidades.

O executivo da Globo apresentou alguns cases. O primeiro foi o “Causos & Cantos”, com 4 programas, 32 cenários musicais e 8 cenários neutros. Para “isso recorremos à IA. Em um caso, pegamos a música, fizemos a transcrição do texto e ensinamos o ChatGPT para que gere um Prompt e nos ajude a criar a identidade visual do programa com as imagens oferecidas, o que ajudou a criar os cenários. Fizemos 40 cenários em duas semanas. Fizemos, com video maping, uma cenografia virtual feita com mapeamento”.

Ele ainda mostrou o “projeto Mestres do Tempo”, realizado para o programa Fantástico da Globo, para o qual foram feitas animações e recriaram animações básicas, e “a camada complexa foi realizada por meio de prompts”. Segundo ele, o uso da IA não foi para acelerar a produção, mas sim “para melhorar”, mas refletiu que “muitas vezes dá mais trabalho”. Ele alertou ainda que a inteligência de dados, “muitas vezes concentra dados”, e quem utiliza precisa saber como utilizar, porque a IA trabalha de uma forma quase preconceituosa ou estereotipada.

Pela tarde, o SET Nordeste debate: Novas tecnologias e audiência. O Rádio é a mídia do futuro?; Infraestrutura para trafego de sinais: 5G e protocolo NDI; Streaming e monetização; e finaliza com um Keynote TV 3.0, de Roberto Franco (SBT/SET).

Por Fernando Moura e Tito Liberato